https://pixabay.com/pt/users/zoskey-1052260/ |
teço versos
ao frio
antes que meu café esfrie
na xícara abandonada
sobre o parapeito
lá fora
abandono ilegal
sob alegações
de pretextos poéticos
alinhavo
despretensioso
histórias do vento
que ocupa
o silêncio da rua
porque é noite
categórico
preciso
é o prazer
reclamado
de gemidos
que subvertem
a mudez noturna
vindos do quarto
guardado
pelo arcanjo de papel
e a voz da ventania
que visageia as palmeiras
que sacode o babaçu
meruocante
e que chacoalha
minha mente
poeticamente
desfavorecida
leva
todo mistério
dos amantes
que madrugam
furtivamente
que se entregam
que se lambem
e se comem
um verso torto
cai sobre a pedra tosca
e se desloca
indo de ladeira abaixo
da minha rua
enquanto uma rima
vem por cima
e abafa miados
dos gatos em cio
porque agora é madrugada
dezembrina madrugada
ainda sem coaxos
ainda sem respingos
sem névoa
meu olhar acompanha
as sombras
ziguezagueante
dos quirópteros
e minha mente
se abandona
à memória fresca
do desvirginar
do mancebo
que há 15 minutos
fora atascado
no meu falo
com tudo
devassado
contudo
vitorioso
retomo meu olhar
ao parapeito
e me reencontro
fecho a porta
fecho os signos
fecho o ponto
Um misto de sentimentos! Adorei!
ResponderExcluir