Essa coisa de ser deus...




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o poeta em solidão poética
se despe da mortalidade
e abriga sua omnisciência
nas palavras

todo poderoso é o tempo
mas sem as palavras
não passa de um menino
sem nome

essa coisa de poeta
e ao mesmo tempo deus
tem me levado
a planos
profundos
feito verme escavador
copulando termos
que engravidam
de novos sentidos

tenho me tornado
artesão do interstício
dos signos
intuindo
conjecturando
tecendo significados
arquiteto de labirintos
nos quais homem e medo
se reencontram
para a última batalha

essa coisa de deus
e ao mesmo tempo poeta
só me faz perder o sono
e o que resta de mim humano
castra-me a liberdade de me iludir
torna-me Adão renegado
Prometeu acorrentado
Exu profano e divino
Ieshua carne e palavra


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