Eris sacerdos in aeternum (Canto ao Monsenhor)





Veio de longe
Veio de outras serras
O cavaleiro-pastor
Veio trotando
Veio galopando

E foi chegando
mata adentro
pelas baixas
pelos altos
pelos sítios
na Vila Meruoca

Quem é o cavaleiro
que chegou?
vestes pretas
chapéu-de-palha...

José Furtado, o monsenhor!
O homem simples
O homem forte
O que nos deu a mão
O que nos trouxe a semente
O que nos ajudou
a terra lavrar


O que nos trouxe a paz
O que nos desarmou
O que nos ensinou
O que nos atendia
todo dia
toda hora
todo o tempo
o tempo todo

Foi chegando
Foi conquistando
Foi ficando

Quem é o cavaleiro
que chegou?
Vestes pretas
chapéu-de-palha...

José Furtado, o monsenhor!
O homem de fé
O homem de ação
O que nos deu saúde
curou dores
curou feridas
curou fome
e os corações

Doou a telha
tirou a palha
doou o filtro
fez a fossa

Quero um lençol!
Quero uma rede!
Quero uma roupa!
Quero panela!
Quero tijolo!
Quero uma cabra-leiteira!

Tenho lepra
Tenho verme
Tracoma
Paralisia
Ferida braba

Ajuda, monsenhor,
meu menino desnutrido
que os ói já revirou...

Chama as Filhas de Santana
Chama as Irmãs de Caridade
Chama as Irmãs Josefinas
Reparem, Reparadoras,
Não deixem esse menino
no caixão virar anjinho...
Traz a multimistura
Traz o soro, por favor!

Quem é o cavaleiro
que chegou?
Vestes pretas
chapéu-de-palha...

Quem é o cavaleiro
que chegou?
E aqui ficou...

José Furtado, o monsenhor!



Comentários