«Post haec vidi quattuor angelos stantes super quattuor angulos terrae
tenentes quattuor ventos terrae ne
flaret ventus super terram [...]» (Apocalipse, 7:1)
pela fria janela de vidro
em Longyearbyen
um vulto flagra
outros vultos
hominídeos
longilíneos
em Ushuaia
um guanaco
blatera
melancólico
zombando
da paciência
de um intenso
arrebol
em Kiribati
enormes bólidos
rasgam o céu
de cumulo-nimbo
manchado
em dióxido de carbono
bem acima
da Oriental Pearl Tower
um estranho guitarrista
tenta alcançar
obsessivamente
as notas
de “the great gig in the sky”
mas sob o pavor
das almas perdidas
escondidas
nos limbos de vidro
dos shopping centers
um misterioso ser
despido e alado
entoando a canção
do arrebatamento
aterrissa
resoluto
sobre a Ball Time
da Time Square
sela-se o tempo
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