tomei destemido
um saveiro
e sozinho parti
para a poesia do alto-mar
sobre a areia batida
por estes corpos
desnudos
gostosos
da desinibida
gente de praia
com o fluido doce do rio
no balanço das vagas
calculei ritmo
levantei estrofes
e joguei logo fora
as rimas
perigosas ondas
do versejar
visitei corais lá do fundo
catei palavras e ostras
nadei pelado com os tubarões
sambei com polvos e lulas
beijei os pargos e os bonitos
transei com sereias e botos
comi algas e plânctons
conversei com Iemanjá
fiz metáforas oceânicas
hiperbolizei abissais
virei o poeta-do-mar
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