Daqui do morro
tuas ruas
esparramam-se
como uma grande arcada de dentes
fumegante
qual pterodáctilo mítico
esvoaçante...
Casinhas, luzinhas tristes, jardins tortos
e o silêncio
inundado de escuridão
da noite,
a noite de enorme capa
qual asas imensas
do dragão.
Daqui do morro
os uivos são de homens
que caçam a si mesmos...
filhos de Ariadne
netos de Minotauro...
viajantes
em espaçonaves lunares
herdeiros de xamã s e de pajés,
descendentes
dos reriús,
povos do frio,
coabitantes
das meruanhas
entre zumbidos
e tambores.
Daqui do morro
tuas entranhas
estranham
o paradigma digital
de uma era que ainda é,
tempo apocalíptico
de um ritmo
arquetípico
dos tambores compassados
num passado
recrudescido
numa cratera
aberta
incandescente
de um vulcão.
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