Ignorância poética


Não sei, colibri,
por que está aqui
o que me fez desenhar você
sobre os meus versos...
como fica pairando
nas minhas estrofes, não sei.

Não sei colibri
por que fere assim
com seu bico de espada
o ritmo do meu poema.

Não sei por que suga, colibri,
a poética do meu texto,
qual o pretexto, não sei,
para roubar minhas rimas.

Não sei, não sei, colibri,
por que abre tão grandes asas
para esses versos
que já são livres.

Por que colibri, não sei,
o fiz aparecer assim,
em desenho tosco
de uma esferográfica já gasta
sobre um bloco esquecido
de papel reciclado.

Por que, colibri?
Não sei, não sei...

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