diante de mim
sobre esta mesa vermelha
além do vaso falso
com suas flores industrializadas
está minha cara
cansada
desses caras da televisão
suas caras descaradas
cheias de ventas e invenções
três olhos
duas bocas
minha cara de pau
que dá a cara a tabefe
cara a cara
encarecidamente
daqui a pouco me levanto
e me visto de cidadão
ponho meu cartão
digito minha senha
e entro na natureza cibernética
do novo homem digital
vou feito um bailarino louco
dançando moonwalker
numa passarela do nada
exibindo mil caras
meu caro
minha cara
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